Atualizar o sistema operacional e seus aplicativos é uma das tarefas mais importantes para manter a segurança, estabilidade e desempenho. Mas cada plataforma tenta resolver esse problema de maneiras próprias, algumas mais eficientes, outras confusas. E, embora todos funcionem, ainda não existe um modelo universalmente ideal.

Windows: a princípio, fácil, mas insustentável no longo prazo

O Windows há anos tenta simplificar o processo de atualização. O Windows Update cuida do sistema, drivers e componentes essenciais. A experiência é direta: entrar nas configurações, clicar em “Atualizar” e aguardar. Isso quando ele não atualiza sozinho, desrespeitando o seu tempo.

O problema está fora desse núcleo. Parte enorme dos aplicativos não usa o Windows Update e depende de suas próprias rotinas de atualização. O cenário se divide assim:

  • Apps da Microsoft Store atualizam pela loja;
  • Apps baixados pela internet (Chrome, Spotify, Discord) atualizam cada um à sua maneira;
  • Drivers e componentes do sistema continuam atrelados ao Windows Update.

E, historicamente, essas áreas não se conversavam.

O surgimento do Winget, o gerenciador de pacotes oficial que usuários avançados pediam há anos, tenta unificar esse ecossistema. Agora é possível instalar e atualizar praticamente tudo pelo terminal, de forma parecida com Linux. É mais limpo, automatizável, e começa a corrigir a fragmentação, mas ainda não é totalmente integrado à experiência gráfica, dificultando o acesso aos usuários menos avançados.

Linux: extremamente poderoso, mas complexo quando há múltiplos formatos

Nos sistemas Linux, a ideia de gerenciador de pacotes é parte central da experiência desde sempre. Com um comando, é possível atualizar o sistema e todos os softwares do repositório oficial da distro.

Esse modelo é excelente para controle e automação. Porém, a diversidade do ecossistema cria dificuldades próprias:

  • Bases diferentes usam comandos diferentes;
  • Existem formatos universais, como Flatpak, Snap e AppImage, que também exigem seus métodos de atualização e podem não estar atrelados ao sistema;
  • Softwares instalados fora dos repositórios oficiais não seguem o mesmo padrão.

Soluções gráficas costumam ajudar: lojas como GNOME Software, Discover ou a loja do Linux Mint permitem ver atualizações de vários formatos em um só lugar. Ainda assim, nem todas integram tudo perfeitamente e dependem do suporte oferecido pela distribuição.

Ferramentas externas como o topgrade tentam juntar todas as frentes (repo + flatpak + snap + linguagem + kernel), mas ainda não vêm instalados por padrão em nenhuma grande distro.

macOS: aparentemente simples, mas nem tanto

O macOS popularizou a instalação via DMG, onde o usuário arrasta o app para a pasta Aplicativos. Visualmente agradável, mas tecnicamente inconsistente. Ao remover o programa, sobram arquivos em várias pastas do sistema, exigindo ferramentas como o AppCleaner ou até alternativas pagas para uma limpeza real, algo grave, considerando que o preço de um computador da Apple cresce substancialmente conforme a capacidade de armazenamento.

O modelo também não oferece uma forma centralizada de atualizar aplicativos instalados fora da App Store. Assim como no Windows, muitos programas mantêm seus próprios mecanismos de update.

Para usuários avançados, existe o Homebrew, um gerenciador de pacotes moderno e amplamente recomendado até pela própria Apple em materiais de desenvolvimento. Ele permite atualizar tudo pelo terminal, incluindo ferramentas e aplicativos gráficos, mas não é nativo do sistema.

Existe um modelo ideal?

Cada plataforma acerta e erra em pontos diferentes:

  • Windows: simples para o usuário comum, mas fragmentado para quem instala software fora da Store;
  • Linux: poderoso e centralizado dentro do ecossistema oficial da distro, mas disperso quando surgem múltiplos formatos e bases diferentes;
  • macOS: intuitivo na aparência, mas sem um mecanismo universal e com desinstalações incompletas.

Todos oferecem vantagens importantes, mas nenhum resolve totalmente o equilíbrio entre simplicidade, controle e padronização. 

Este conteúdo é um corte do Diocast. Assista ao episódio completo onde tentamos definir o absoluto MELHOR DE CADA SISTEMA e como isso se encaixaria em um “sistema operacional ideal”.