A Microsoft está prestes a dar adeus a uma de suas ferramentas mais icônicas: o Remote Desktop. A partir de 27 de maio de 2025, o aplicativo será oficialmente descontinuado, e os usuários serão direcionados para o Windows App, uma nova plataforma que promete ser a solução unificada para acessar desktops remotos, PCs na nuvem e muito mais. Mas será que essa mudança vai agradar a todos? Vamos explorar o que está por trás dessa decisão e o que esperar do novo Windows App.

O Remote Desktop, ou “Área de Trabalho Remota da Microsoft”, como é conhecido no Brasil, é uma ferramenta que existe há décadas e se tornou essencial para muitos profissionais de TI e usuários que precisam acessar computadores remotamente. No entanto, a Microsoft decidiu que é hora de modernizar a experiência e substituir o aplicativo pelo Windows App, lançado em 2024.

A empresa descreve o Windows App como um “gateway seguro” para conectar-se a serviços como Windows 365, Azure Virtual Desktop, Microsoft Dev Box e outros. Em outras palavras, é uma tentativa de unificar todas as formas de acessar desktops remotos em um único aplicativo. Mas, como sempre acontece com mudanças radicais, nem todos estão animados.

O Windows App é, basicamente, uma versão repaginada do Remote Desktop, mas com algumas funcionalidades adicionais. Ele oferece suporte a configurações de múltiplos monitores, escalonamento dinâmico de resolução e redirecionamento de dispositivos, além de otimizações para o Microsoft Teams. No papel, parece uma evolução natural. Na prática, porém, a transição não está sendo tão suave quanto a Microsoft esperava.

Microsoft aposenta o Remote Desktop (3)

Um dos principais problemas é que o Windows App não suporta conexões do tipo Remote Desktop Connection, que ainda são amplamente utilizadas por administradores de sistemas. Além disso, o aplicativo exige que os usuários tenham uma conta corporativa ou escolar para funcionar, impedindo seu uso por consumidores comuns.

Microsoft aposenta o Remote Desktop (2)

Problemas de comunicação e rebranding confuso

A Microsoft tem um histórico curioso quando o assunto é rebranding e migração de software. Quem não se lembra da confusão causada pela mudança do Bing Chat Enterprise para Copilot? E da recente decisão de encerrar o Skype a favor do Teams? Agora, a empresa parece estar repetindo o mesmo erro com o Windows App. O nome genérico e a falta de clareza sobre o que o aplicativo realmente faz deixaram muitos usuários confusos.

Um comentário hilário de um usuário resume bem a situação. Em tradução livre: “Este é o rebranding mais sem sentido de todos os tempos e foi extremamente mal comunicado. Eles poderiam muito bem ter chamado de ‘Programa Útil’, já que ‘Windows App’ não diz nada sobre o que ele faz.”

O que foi melhorado (e o que foi deixado de lado)

O Windows App traz algumas melhorias em relação ao Remote Desktop. A interface é mais moderna, com uma tela inicial personalizável e suporte a resoluções dinâmicas, o que facilita a adaptação a diferentes tamanhos de tela. Além disso, a integração com o Microsoft Teams é um ponto positivo para quem depende da plataforma para trabalho remoto.

No entanto, nem tudo são flores. O aplicativo não suporta o Private Link para conexões com o Azure Virtual Desktop, nem a integração com o Menu Iniciar local. Outro problema é a falta de suporte para ambientes que exigem autenticação via proxy, o que pode ser um empecilho para empresas com infraestruturas mais complexas.

Se você é um usuário do Remote Desktop, a Microsoft já deixou claro: é hora de migrar para o Windows App. A partir de 27 de maio, as conexões ao Windows 365, Azure Virtual Desktop e Microsoft Dev Box serão bloqueadas no aplicativo antigo. A empresa recomenda que os usuários façam a transição o mais rápido possível para evitar interrupções.

Para os administradores de sistemas, a boa notícia é que o Conexão de Área de Trabalho Remota, a ferramenta clássica que vem embutida no Windows e que parece ter vindo direto do Windows XP, continuará funcionando normalmente. Isso significa que, pelo menos por enquanto, não será necessário treinar equipes inteiras para usar uma nova ferramenta.

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Dependendo da forma como você utiliza a conexão remota, pode simplesmente migrar para o Anydesk ou o Rustdesk.
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