O mundo da edição de imagens acaba de ganhar um presente e tanto, e ele é open source: o GIMP 3.0 foi lançado! Depois de sete anos de desenvolvimento, a versão mais aguardada do editor de imagens chegou ao seu estágio final com uma série de novidades que prometem revolucionar a experiência dos usuários. Se você é um designer, fotógrafo ou apenas alguém que gosta de brincar com imagens, prepare-se para se surpreender. Vamos mergulhar nas principais mudanças e descobrir o que essa nova versão tem a oferecer – e será que consegue competir novamente com o Photoshop?
Interface modernizada e escalável
Uma das primeiras coisas que você pode notar ao abrir o GIMP 3.0 é a interface renovada. A transição para o GTK3 trouxe uma série de melhorias visuais e funcionais. Agora, a interface é mais responsiva e se adapta melhor a telas de alta resolução (HiDPI). Aqueles ícones minúsculos que antes exigiam uma lupa para serem identificados? Eles agora são nítidos e fáceis de usar, independentemente da resolução da sua tela. Mas não espere uma renovação tão substancial: essencialmente, a interface do GIMP permanece.

Foi adicionado um recurso que fazia falta no meu uso diário: a navegação entre as abas de diálogo usando a roleta do mouse. Além disso, o tema de ícones foi aprimorado para se integrar perfeitamente a diferentes temas de interface, incluindo opções claras e escuras. Inclusive, você pode ajustar o tema do GIMP diretamente da tela de boas-vindas, que está muito mais repleta de recursos!
Interessante notar que agora o tema do GIMP é feito utilizando CSS, facilitando a criação e compartilhamento de temas personalizados pela comunidade.

Gerenciamento de cores e edição não destrutiva
Se você trabalha com impressão ou precisa importar trabalhos feitos em softwares da Adobe, vai adorar as melhorias no gerenciamento de cores do GIMP 3.0. Agora, o suporte a perfis de cores é mais robusto, permitindo que você trabalhe com uma variedade maior de espaços de cores, como AdobeRGB e CMYK. Isso significa que suas imagens manterão a fidelidade de cores em diferentes dispositivos e impressões.
No canto inferior direito, há uma nova caixa de diálogo chamada “prova por software” onde podemos escolher entre os perfis de cores disponíveis em um projeto, ou podemos importar algum perfil presente no computador.

Ao exportar no formato JPEG, podemos optar por um perfil de cores CMYK, mas sem ajustes finos.

Outra novidade é a introdução de filtros não destrutivos, que permitem aplicar efeitos e ajustes sem alterar permanentemente a imagem original. Você pode ativar ou desativar filtros, ajustar suas configurações ou até mesmo excluí-los sem medo de perder qualidade. Esses filtros são salvos no formato nativo do GIMP, o XCF, permitindo que você continue editando mesmo após salvar e reabrir o projeto.

Além disso, a edição em camadas ficou mais poderosa. É possível selecionar e manipular múltiplas camadas ao mesmo tempo, agilizando o trabalho em projetos complexos. Ao selecionar múltiplas camadas, podemos movê-las para frente ou para trás, colocar todas dentro de um grupo de camadas, ajustar a opacidade, o modo e até mesmo adicionar alguns filtros e ajustes de cores.

Suporte a novos formatos de arquivo
O GIMP 3.0 expandiu seu leque de formatos de arquivo suportados. Agora, você pode importar e exportar imagens em JPEG-XL, um formato moderno que oferece alta compressão sem perda de qualidade. Além disso, há suporte para PSB (Photoshop Big) e DDS (usado em texturas de jogos), o que torna o GIMP uma ferramenta ainda mais versátil para diferentes tipos de projetos.

Para quem trabalha com camadas, o suporte a TIFF foi aprimorado, permitindo carregar camadas de arquivos salvos no formato Autodesk Sketchbook. E se você é fã de animações, vai gostar de saber que o GIMP agora suporta GIFs animados com mais eficiência.
Melhorias na API e suporte a desenvolvedores
Para os desenvolvedores, o GIMP 3.0 traz uma API pública estável, facilitando a portabilidade de plugins e scripts da versão 2.10. Além disso, a nova API permite que os desenvolvedores criem plugins mais poderosos e integrados ao fluxo de trabalho do GIMP.
Outra novidade é o suporte a sintaxe de argumentos nomeados no Script-Fu, tornando a criação de scripts mais intuitiva e menos propensa a erros. E para quem gosta de automatizar tarefas, o GIMP 3.0 introduziu uma nova chamada PDB que permite usar rótulos para especificar propriedades de filtros.
O GIMP 3 substitui o Photoshop?
O GIMP foi criado para ser uma alternativa viável ao Photoshop, mas com o passar do tempo, o software da Adobe foi evoluindo mais rápido e se distanciando consideravelmente de seu concorrente open source. Mesmo com a atualização para o GIMP 3, ele continua distante das versões mais recentes do Photoshop em termos de recursos. Ainda assim, é uma ótima alternativa para edição e criação profissional de imagens.
Aqui na equipe Diolinux utilizamos o GIMP em nosso dia a dia, suprindo a maioria de nossas necessidades, sendo um software muito mais leve do que o Photoshop, conseguindo rodar bem inclusive em computadores mais fracos e antigos. Certamente o GIMP 3 é uma atualização que vai fazer a diferença em nosso dia a dia, especialmente graças à edição não destrutiva.
Um recurso que faz falta e poderia aproximar muito o GIMP da concorrência é uma loja interna por onde fosse fácil encontrar e instalar extensões feitas pela comunidade que acrescente recursos ao software. Dessa forma, além de facilitar a instalação de extensões que já existem, estimularia o público a criar e distribuir novas extensões, adicionando recursos como preenchimento e expansão de imagens por IA, além da remoção automática do fundo ou de elementos de uma imagem.
Para quem está migrando do Photoshop, ou simplesmente quer uma experiência no GIMP que não seja tão distante do software da Adobe, atualizamos nossa extensão Photogimp para o GIMP 3, e você pode encontrá-la disponível no GitHub.
Instale já o GIMP 3!
Ele está disponível como um pacote Flatpak diretamente do Flathub, o que significa que você pode instalá-lo com apenas alguns cliques na loja de aplicativo da sua distro. Para quem prefere uma solução mais portátil, há também uma versão AppImage que pode ser executada em praticamente qualquer distribuição Linux sem necessidade de instalação.
E se você tem vontade de se aprofundar mais no GIMP, disponibilizamos um curso deste software dentre os 14 cursos exclusivos para membros Diolinux Play!